Situações engraçadas e outras constrangedoras
Na sala de espera de uma clínica
- O que a senhora tem?
– Doença de Parkinson
- Doença de quê?
- Mal de Parkinson – quase sempre uma terceira pessoa se apressa a esclarecer.
Se a pessoa for informada sobre Parkinson, um ahaa carregado de surpresa - vem acompanhado de um julgamento sutil, de um preconceito mal disfarçado. Do tipo: noooossa, tão nova (e já neste estado? parecem dizer).
No Banco
-Mas como a senhora chegou a esse estado? A pergunta foi feita a Lia pela subgerente de um banco, onde Lia tinha conta. A pergunta foi formulada de maneira hostil, como se ela tivesse culpa de seu estado de saúde.
- Estou em momentos de crise de uma doença que é crônica e degenerativa, disse Lia. A subgerente não gostara de ver alguém tão debilitado a sua frente. E deu asas à discriminação.
Já com as pessoas mais simples e desinformadas a palavra Parkinson fica flutuando no ar como os winks do MSN, mesmo porque até elas entenderem e pronunciarem a palavra Parkinson, a palavra mal já terá feito estragos. Em ambos os casos é uma situação muito chata para qualquer PK.
Ou na padaria
- É aquela doença que faz a pessoa se tremer toda? Mas, você não treme...
- É que eu tenho rigidez
- Valha, eu achava que era só tremor. Então você não fica com vergonha. É que a mulher do meu chefe treme muito, coitada, e fica com muita vergonha quando recebe visitas.
De um pk cearense
- Parei de beber porque me cansei de molhar o terno dos amigos nas festas. Ora, se não posso beber nas festas, não bebo mais de jeito nenhum.
Lia acredita em Deus? Ela assegura que é cristã, mas não praticante.
- Você não é praticante, por que você não crê em Deus. É por isso que você está doente assim. Só Deus pode lhe redimir. Como se a doença fosse “um castigo, uma expiação ou um carma” (tema de um chat de um grupo de PKs)
Não sei, não, emenda Lia – o médico me garantiu que estou assim porque meu cérebro está se recusando a produzir uma espécie de lubrificante responsável pela minha coordenação motora.
terça-feira, 21 de julho de 2009
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Nossa, Wilma, sua prosa está cada vez melhor.
ResponderExcluirPrazer em ler.
Vilma passa seu e-mail e seu Msn e seu orkut....adorei sua redação ...beijos da sua amiga Norma
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